Julia Lemmertz, Bruna Marquezine, Vanessa Gerbelli e Natália do Vale nos bastidores |
— Isso é teatro. Play! Nós estamos brincando de ser alguém. Já fui mãe do Wagner Moura em “JK” (2006), do Selton Mello em “Meu nome não é Johnny” (2008). Fazia uma mãe que começava com 28 anos, e sua idade ia avançando para além da minha. Na época, ninguém achou estranho, as pessoas viram o filme e gostaram, fui indicada a prêmio. Posso fazer uma mulher mais nova, estou na meia-idade, não sou uma senhorinha, nem uma menina. Se estivesse no teatro, poderia fazer uma velhinha de 100 anos que ninguém iria falar nada. Por que não pode ser assim na televisão? Isso é um assunto encerrado para mim, para a Natália (do Vale) e a Ana Beatriz (Nogueira) — opina Julia.
Ana Beatriz admite que ficou surpresa com o convite para viver Selma por “estarem apostando na história sem esse compromisso”.
— Acho que posso aparentar uns 55. É a primeira vez que torço para imprimir uma idade mais velha — brinca a atriz: — Você não interpreta uma idade e sim um personagem. Acredito que após algumas cenas o público abraçará a história. É uma espécie de licença-poética. Se o diretor e o autor acreditam, quem sou eu para não acreditar?
Vanessa compartilha da mesma opinião e acredita que “quando a história é bem contada, o público embarca”. A atriz, que adotará a filha de sua empregada na novela, defende a personagem a quem chama de “tia contemporânea”.
— Ela mesma disse numa cena com as irmãs: “Fui tratada como a filha de vocês. Tive três mães”. É uma filha temporã como acontece em várias famílias. Acredito que esse estranhamento passará com o tempo.
Para o autor Manoel Carlos, a principal preocupação tem sido com “a qualidade dos atores como intérpretes”.
— Eles são ótimos, como o Brasil inteiro sabe. Então, farão personagens verossímeis, com a idade que esses personagens têm, sem precisar pintar o cabelo de branco, colocar peruca e falar com voz rouca. Farão tudo isso muito bem. Daqui a uma semana ninguém mais se preocupará com isso — aposta.
FONTE: JORNAL O GLOBO/NILTON CARAUTA
FOTO: FABIO SEIXO
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