REVISTA ESTREIA : CELEBRIDADES: SEM TRONO, A RAINHA QUITÉRIA CHAGAS PROTESTA: "NÃO VENDO. NÃO COMPRO. SÓ SAMBO."

domingo, 7 de agosto de 2011

CELEBRIDADES: SEM TRONO, A RAINHA QUITÉRIA CHAGAS PROTESTA: "NÃO VENDO. NÃO COMPRO. SÓ SAMBO."

Quitéria Chagas / Foto: Marcelo Theobald

A rainha Quitéria Chagas está sem trono. Nem a volta de seu antigo defensor e parceiro Mestre Átila ao Império Serrano, agora como presidente, garantiu seu retorno à frente da bateria da escola. No ano passado, depois de cinco anos de reinado, Quitéria perdeu a coroa e chamou a atenção sobre a guerra por esse posto no carnaval carioca, em que dinheiro tem contado mais do que carisma e samba no pé.

"No início deste ano, na eleição para a presidência do Império, usaram meu nome, assim como aconteceu no ano passado. Foi apenas para conquistar votos a mais porque o público e a comunidade estavam exigindo meu retorno", diz Quitéria, que completa: "Pensei em quantas vezes esfolei todo meu pé e quantas vezes com raça meus pés sangraram".

Quitéria desfilando pela Império Serrano, em 2003 / Foto: Gustavo Azeredo

Quitéria corre o risco de ficar de fora da Avenida em 2012. Neste ano, ela saiu como musa da Vila Isabel, depois de ser destronada na escola de Madureira. Com mais de 10 anos de carnaval, a mulata começou a roubar a cena quando desfilou pela Unidos da Tijuca, em 2002. Todo mundo se perguntou quem era aquele destaque, com alma de passista, que vinha na frente de um dos carros da escola. Depois de vários desfiles pelo Império, Quitéria virou rainha em 2006. Durante o tempo em que ficou na escola, ganhou um papel até na novela das oito, vivendo uma empregada na novela "Páginas da vida".

Quitéria reina em 2006 / Foto: Custodio Coimbra

Quitéria Chagas acabou se transformando num símbolo de uma campanha contra a negociata que envolve o coração de uma escola de samba: a bateria. Que o ditado esteja certo: Quem é rainha nunca perde a majestade.

Quitéria defende o Império em 2008 / Foto: Domingos Peixoto

"Até quando muitas escolas ainda ficarão mendigando agradinhos financeiros ou patrocínio de pseudos artistas, aspirantes e alpinistas da fama, que usam a escola como degrau para ficarem famosas? Até quando? As escolas recebem verbas do governo e ainda conseguem dinheiro de patrocínio. O samba cresceu, se valorizou e não precisa$mais desses artifícios ridículos pra sobreviver".