COMER,REZAR E AMAR
Para quem ainda não tem como abstrair as contas a pagar no fim do mês, a viagem de autodescoberta posta em imagens por ‘Comer, Rezar, Amar’ é de encher os olhos. Versão cinematográfica para a experiência pessoal da americana Elizabeth Gilbert, autora do best-seller homônimo (que já vendeu mais de 4 milhões de exemplares no mundo), o filme protagonizado por Julia Roberts acerta pela fartura de belas locações e pelo cardápio gastronômico de salivar.Depois de romper um casamento infeliz e engatar um novo romance que também não preenche seus vazios, a moça decide buscar a felicidade interior no exterior: de Nova York, parte para Itália, Índia e Bali. Mas o roteiro peca ao se arrastar e se cercar de estereótipos. Na Itália, onde inicia sua aventura comendo sem culpa, a maratona de massas é servida com um festival de ‘italianices’: além de ‘cantar’ todas as mulheres, os ‘carcamanos’ só sabem gesticular e gritar vulgaridades.
A Índia, recanto de sua renovação espiritual, é apresentada pelo trânsito caótico e higiene precária. Elizabeth segue então para Bali, onde reencontra o amor encarnado no apetitoso Javier Bardem. O ator espanhol, que vive um brasileiro, poderia ter sido poupado do constrangimento de falar (bem mal) o português.
Frases de efeito justificam o caráter ‘auto-ajuda’ da produção, boa distração para todos, principalmente para as mulheres, que podem cair no risco de sair ainda mais desmotivadas do cinema: não é fácil ter 42 anos com a pele de Julia Roberts, grana suficiente para jogar tudo para o alto e oferta masculina desse nível após uma separação.
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